Você já se perguntou qual a origem dos conectores XLR?
Os conectores XLR tornaram-se o padrão adotado nos equipamentos de áudio profissional, inclusive nos equipamentos digitais AES3, equipamentos de vídeo e iluminação.
O conector que hoje chamamos de XLR foi inventado por James H. Cannon, fundador da Cannon Electric em Los Angeles, Califórnia.
Como homenagem ao seu idealizador o conector foi inicialmente chamado de "Cannon X". Posteriormente foi criada uma versão que incluía a opção de travamento, chamada de "Cannon XL". Em 1955 foi adicionado novo modelo de isolamento em torno dos contatos do conector fêmea e passou a ser chamado "Cannon XLR". Atualmente ele é conhecido simplesmente como conector XLR.
Inicialmente os conectores Cannon XLR eram produzidos em Kanagawa, Japão e Melbourne, Austrália. Em 1992 a fábrica australiana foi vendida para a Alcatel components e posteriormente em 1998 a Amphenol adquiriu a empresa.
Com o passar dos anos a Switchcraft passou a fabricar conectores compatíveis com o padrão XLR. Tempos depois a Neutrik fez várias atualizações e melhorias no conector, incluindo uma versão XLR fêmea conjugada com o jack P10 (TRS), tornando-o ainda mais versátil.
A ITT Canon continua fabricando os conectores até hoje.
Atualmente os conectores XLR estão disponíveis em vários fabricantes e são padronizados pela IEC 61076-2-103 em 4 versões, incluindo os conectores macho e fêmea, além das versões para montagem em cabos e chassis.
A versão de 3 pinos é a variação mais conhecida e utilizada do conector, entretanto, existem versões de até 10 pinos, além das versões mini.
Segue uma breve descrição dos principais modelos disponíveis:
XLR3 (3 Pinos)
O modelo XLR de 3 pinos é com certeza o mais utilizado e praticamente o padrão para transporte de áudio balanceado. A grande maioria dos equipamentos profissionais utiliza esse padrão de conexão.
A versão 3 pinos também foi utilizada por algum tempo para a conexão de alto-falantes, porém atualmente foi substituída por conectores SPEAKON.
Os conectores SPEAKON suportam maiores cargas, possuem maior capacidade de corrente, além de melhor proteção em seus terminais, proporcionando maior segurança no seu uso.
Existem também alguns dispositivos recarregáveis 24V que utilizam os conectores XLR de 3 pinos, como cadeiras de rodas e até algumas pequenas scooters.
Os conectores XLR de 3 pinos também são comuns em equipamentos de iluminação DMX512, contudo uma observação deve ser feita, pois o padrão DMX512 veta essa aplicação por questões de segurança. Caso um XLR com phantom power 48V seja conectado acidentalmente na entrada de um dispositivo DMX512, o equipamento será irreversivelmente danificado.
XLR4 (4 Pinos)
O conector XLR de 4 pinos tornou-se padrão para fone de intercomunicação, principalmente nos equipamentos da ClearCon e Telex. Nesses equipamentos são utilizados dois pinos para os fone e dois pinos para o microfone balanceado.
Outro uso muito comum da versão de 4 pinos do XLR é na conexão de energia CC de câmeras de vídeo profissional, além de alguns modelos de microfones que utilizam leds para indicar sua ativação.
XLR5 (5 Pinos)
Os conectores XLR de 5 pinos são os modelos padronizados para uso em equipamentos de iluminação DMX512.
Outro uso para a versão de 5 pinos é na alimentação CC de equipamentos de áudio e eventualmente são utilizados em microfones de elementos duplos ou estéreo.
XLR6 (6 Pinos)
A versão do conector com 6 pinos geralmente é utilizada em dispositivos de intercomunicação de duplo canal e em alguns dispositivos de controle de iluminação de palco.
Outro uso relativamente comum é para fone de ouvido estéreo profissional, com microfone balanceado incluso.
XLR7 (7 Pinos)
Os conectores XLR de 7 pinos são utilizados para conexão de alguns microfones valvulados às suas fontes de alimentação.
Vários modelos de máquinas de fumaça Le Maitre e Ultratec também utilizam esse conector em sua entrada de controle remoto.
Obviamente existem outros modelos e variações dos conectores do tipo XLR, mas a grande maioria dessas variações foi descontinuada e substituída por conectores mais adequados as atuais normas de segurança.
Para nós o uso mais importante é no transporte de áudio balanceado e/ou desbalanceado e inicialmente a falta de padronização foi um grande problema.
Durante os primeiros anos os fabricantes europeus e japoneses utilizavam o pino 2 (+ HOT) e o pino 3 (- COLD) e a indústria americana utilizava o oposto disso, ou seja, pino 2 (- COLD) e pinos 3 (+ HOT). Essa falta de padronização causava grandes problemas nas interconexões dos equipamentos.
Essa divergência foi resolvida com a padronização que definiu o pino 2 (+ HOT) e o pino 3 (- COLD). Também definiu-se que para desbalancear os sinais, deve-se conectar o pino 3 (- COLD) ao pino 1 (GROUND) e utilizar o pino 2 (+ HOT) para o sinal, contudo, lembre-se de verificar se os equipamentos são compatíveis com o desbalanceamento.
Outro detalhe da padronização foi a definição do conector macho para saída do sinal e o conector fêmea para entrada de sinal, portanto, o inverso do padrão utilizado em conectores de energia AC.
Outra característica dos conectores XLR é o fato de seu projeto prever que no momento da conexão o pino 1 sempre seja o primeiro a receber a conexão elétrica, seguido pelos demais pinos. Dessa forma assegura-se a possibilidade de realizar conexões e desconexões com os equipamentos ligados, sem que se capte sinais externos, por falta de blindagem dos cabos.
A padronização ainda previu outra importante característica que é possibilidade do uso do phantom power. Como alguns microfones necessitam de energia para funcionar, desenvolveu-se uma solução para esse problema com o envio da alimentação CC de 12V, 24V ou 48V através do mesmo cabo do sinal balanceado. Praticamente todos os mixers profissionais oferecem a opção de enviar a alimentação phantom power através de suas entradas de microfones.
Esse assunto é extremamente vasto, por isso ficaremos felizes se esse breve artigo tiver lhe trazido algumas informações novas e relevantes sobre os conectores XLR.
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